10 de Outubro: Dia Mundial da Saúde Mental

Patrícia de Mello / Psicóloga da Unidade CAPS I de Água Boa.

capsoutubro2015Na data de 10 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental. O objetivo de se estabelecer uma data para algo é chamar atenção para ele e, a partir daí, fornecer informações sobre o assunto. No caso de doenças, a intenção mais almejada é de que as informações disseminadas possam contribuir para melhorar os índices de adoecimento e versam sobre prevenção, tratamento e reabilitação.

Em se tratando de saúde mental as ações a serem efetivadas deparam-se com um obstáculo: o preconceito. Este sentimento muitas vezes começa com o próprio doente que, ao se ver sofrendo, não admite para si próprio que precisa de ajuda. Assim, o primeiro chamamento que podemos fazer nesta data é no sentido de que a principal ação para tratamento dos distúrbios mentais é a difusão do conhecimento. Por isso, temos que mudar conceitos e atitudes: por que uma dor física intensa é comunicada imediatamente a todos e uma dor emocional de similar qualidade e importância tem que ser suprimida?

Nesta data de reflexão sobre o tema, temos que afirmar e realçar coisas, aparentemente, fáceis de se constatar, mas difíceis de serem admitidas e conversadas socialmente. Às vezes, um atendimento que dê esclarecimentos à pessoa já é suficiente para amenizar a situação emocional do indivíduo. Dependendo da situação, caberá um encaminhamento ao serviço especializado. Assim como existem pessoas desanimadas, existem pessoas agitadas, agressivas, esquecidas, obsessivas, medrosas, fóbicas, dentre inúmeras expressões de afeto que, se interferem no comportamento do indivíduo, fazendo com que seu rendimento acadêmico ou laboral seja reduzido ou comprometido.

As últimas pesquisas da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram um crescimento significativo das doenças mentais em todo o mundo. Desta forma, a mensagem que podemos passar a todos neste dia é: se você está sofrendo e com sintomas que persistem sem melhora e não tem como dar conta disso sozinho, procure uma ajuda. Afinal, o objetivo de todos é ter uma vida com qualidade e com prazer.

Você sabia: que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 31% a 50% da população brasileira pode vir a apresentar pelo menos um episódio de transtorno mental durante a vida?

A loucura já foi encarada pela sociedade de várias formas: como dádiva dos deuses, como falha da natureza, como exacerbação da vontade, etc. E, de um modo geral, o mundo ocidental do séc. XIX e meados do séc. XX enquadra os distúrbios mentais dentro de um grande bloco, a loucura. E vale ressaltar, que o termo é empregado como forma de depreciação do sujeito (“louco”).

Antes encarcerados em manicômios, sendo submetidos a torturas físicas e psicológicas, a partir da Reforma Psiquiátrica, iniciada em 1978, essas pessoas passam a ter o direito a um verdadeiro tratamento, direito ao cuidado, e não a serem apenas excluídos da sociedade; com surgimento de uma nova rede de tratamento, como os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS e o fim dos manicômios. Os denominados e tratados como “loucos”, passam, então, a ter seu direito de convívio em sociedade preservados.

A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/02, busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Isto é, que garante a livre circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços, comunidade e cidade, e oferece cuidados com base nos recursos que a comunidade oferece. Este modelo conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais), bem como o Programa de Volta para Casa que oferece bolsas para egressos de longas internações em hospitais psiquiátricos, também faz parte desta Política.

Nessa perspectiva o Centro de Atenção Psicossocial CAPS I alerta para a importância do cuidado integral e orienta às pessoas que procurem as Estratégias de Saúde de seus bairros e/ou ao CAPS I, que está situado na rua três, nº 1074, Centro II.

“Saúde Mental, direito e compromisso de todos”.